A celebração do Dia da Luta Antimanicomial no Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro (HMDCC) foi marcada pela reflexão e sensibilização sobre o cuidado em liberdade para pacientes em sofrimento mental.

Em 2018, o HMDCC iniciava um projeto pioneiro na Rede SUS-BH de oferta de leitos de saúde mental em hospital geral. De lá para cá, a equipe tem se qualificado cada vez mais para propiciar um cuidado integral e qualificado a esses pacientes. Neste ano, o 18 de maio no HMDCC contou com a participação da psiquiatra Ana Marta Lobosque, um dos principais nomes da saúde mental brasileira. Com o auditório lotado, a doutora em filosofia falou para profissionais das áreas assistenciais, administrativa, segurança, limpeza, recepção e serviço de nutrição.

A palestrante defendeu o cuidado em liberdade e fez um retrospecto sobre a história de criação dos hospitais psiquiátricos mundo afora e reforçou que, ao longo de séculos, esses dispositivos funcionaram como artifícios para o encarceramento. “Não se ofereciam técnicas diferenciadas para o tratamento do sofrimento mental porque a medicina não encontrou causas orgânicas para o sofrimento mental”, afirmou.

Segundo a psiquiatra, ao olhar para a história do hospital psiquiátrico o que se viu foi cada vez mais pessoas entrando e ninguém saindo, em uma demanda infinita em que ninguém melhorava. “O hospital psiquiátrico é uma ficção. Tirando a fantasia, é tudo cárcere”, declarou.

Ana Marta Lobosque destacou ainda a importância dos leitos de saúde mental no HMDCC e reforçou a necessidade de que essa experiência se estenda a cada vez mais hospitais.

Além da palestra, o HMDCC recebeu também os usuários da saúde mental do Centro de Convivência Barreiro que organizaram uma feira para vender artesanatos produzidos por eles e também o show da banda Experi-mental que aconteceu no refeitório.