O Sr. Luís Miguel de Araújo adora arroz-doce.
Sua família, que é de Belo Vale, contou para a equipe de psicologia do Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro que, no aniversário dele, os parentes se reúnem na casa em que ele vive com a mãe para celebrar sua vida. Todo ano, o mesmo pedido: sua sobremesa preferida.
A psicóloga Geisilane Rodrigues de Oliveira sabe desses detalhes porque já havia observado que a data do aniversário de Luís estava próxima e não queria deixar passar em branco. Na primeira oportunidade compartilhou a ideia com a família para que pudessem pensar na celebração.
E assim foi: em 29 de setembro, festa para o paciente!
Geisilane que, além de psicóloga toca violão e canta, garantiu o ‘parabéns pra você’ e ainda tocou algumas das canções favoritas de Luís.
Um gesto simples, sim, mas permeado de cuidados. O paciente não está se alimentando por via oral, mas foi possível, oferecer o arroz doce líquido para que ele pudesse sentir o gostinho do afeto.
Bolo fake, balões e a alegria de quem estava presente, incluindo duas irmãs, fizeram a festa! Nos bastidores, uma equipe de peso: nutrição, fonoaudiologia, serviço social, medicina, enfermagem, técnico em enfermagem, fisioterapia, terapia ocupacional e psicologia.
Luís é tetraplégico, sofreu um acidente aos 24 anos quando pulou de cabeça em um ribeirão, no interior de Minas, e compartilha suas vivências em cinco livros de sua autoria.
A psicóloga Geisilane fala da importância de iniciativas como essa em ambiente hospitalar:
“São recursos terapêuticos alternativos por via do lúdico para reduzir o sofrimento provocado pelo adoecimento, diminuir o nível de ansiedade para alta, fortalecer o vínculo entre paciente, família e equipe, além de contribuir para humanização do tratamento ao considerar os valores da pessoa na promoção de seu bem-estar enquanto paciente.”
No caso de Luís, o momento também estimula memórias afetivas significativa. “Nosso propósito é o cuidado integral e singularizado, através de técnicas psicológicas e recursos diversos como esse para auxiliar no enfrentamento subjetivo de tudo que é vivido durante a hospitalização”, conclui.