Quem viveu sabe que uma das principais angústias da pandemia de Covid-19 foi a falta de informação sobre a doença que parou o mundo.

Incontáveis pesquisadores e pesquisadoras por todo o globo se debruçaram sobre o novo coronavírus na tentativa de encontrar as respostas para as inúmeras perguntas da sociedade.

No Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro (HMDCC) não foi diferente. Dados do Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão (NEPE) revelam que 45 pesquisas foram desenvolvidas na instituição nos anos 2020, 2021 e 2022, sendo publicados 23 artigos relacionados à Covid-19 no período.

Cenário riquíssimo para exploração científica, o HMDCC foi o segundo hospital de Minas Gerais que mais internou pacientes com a doença. Foi aqui que um estudo da Fiocruz Minas constatou que a vitamina B12 atenua a infecção causada pela Covid-19 e ganhou repercussão internacional.

Também foi no gigante do Barreiro que a fisioterapeuta do HMDCC, Graziele Tavares, desenvolveu sua pesquisa de mestrado pela UFMG, no programa de pós-graduação nas ciências da reabilitação, da Faculdade de Educação Física, Terapia Ocupacional e Fisioterapia.

O estudo está prestes a ser publicado no volume 62 da Heart & Lung, da American Association of Heart Failure Nurses, e o sucesso é celebrado pela pesquisadora e pela instituição.

“É um orgulho imenso para o HMDCC ver que uma pesquisa conduzida na instituição foi reconhecida por uma revista de alto impacto, ou seja, de elevado respaldo acadêmico e de referência internacional nas áreas relativas à saúde”, afirma a coordenadora do NEPE, Saionara Francisco.

Conduzido entre dezembro de 2020 a julho de 2021, a pesquisa de Graziele Tavares investigou a funcionalidade sobre os aspectos da força muscular e da mobilidade em indivíduos que sobreviveram à Covid-19 comparados com não-Covid-19 internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Mais de 1700 prontuários foram avaliados para encontrar pacientes elegíveis para o estudo. Ou seja, que cumprissem todos os critérios. Quarenta e oito pacientes foram incluídos, 25 indivíduos no grupo Covid-19 e 23 no grupo não-Covid-19.

A fisioterapeuta do HMDCC descobriu que os dois grupos pesquisados não apresentaram diferença significativa nos desfechos de força e mobilidade intra-hospitalar, mesmo o grupo Covid-19 tendo sido exposto por mais tempo a fatores de risco como uso de bloqueadores neuromusculares e corticoides, maior tempo de ventilação mecânica, de traqueostomia e de internação na UTI.

“Para a época [da pandemia] seria interessante saber que o paciente Covid-19 não deve ser tratado de forma diferente do paciente crítico com outra condição de saúde. No futuro, em casos de outras pandemias causadas por vírus respiratórios com alto potencial de gravidade, o estudo pode sinalizar que, do ponto de vista da mobilidade e da força, o mesmo resultado da minha pesquisa pode ser encontrado”, afirma Graziele Tavares.

Diretor assistencial, ensino e pesquisa, Bruno Belezia salienta que o HMDCC é um hospital jovem e, por isso, com grande potencial para o ensino e a pesquisa. “Temos um campo amplo e diversificado nas áreas técnicas, de graduação, pós-graduação e residência multiprofissional. Atualmente, o hospital possui convênio com várias instituições de educação. A proposta, que já se encontra em andamento, é a de ampliar os estágios nesses campos. Com essas ações, a sua missão se fortalece, formando cada vez mais profissionais qualificados para atendimento de toda a sociedade.”, conclui.