No Dia Mundial do Rim, o Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro (HMDCC) incorpora uma nova tecnologia para o tratamento de cálculo renal, doença que atinge uma em cada oito pessoas em algum momento da vida. Trata-se de uma técnica menos invasiva e com recuperação rápida: o paciente recebe alta no mesmo dia em que o procedimento é realizado.

A ureterorrenolitotripsia flexível a laser utiliza uma câmera, fina e flexível, que é introduzida através da uretra, passa pela bexiga e alcança o rim. Esse aparelho é controlado pelo cirurgião e permite enxergar o rim em todas as direções, o que garante uma exploração minuciosa e completa do órgão. Assim, identificadas as pedras, uma fibra de laser é introduzida pelo equipamento quebrando os cálculos renais, que são retirados em seguida.

“A boa visibilidade gerada pela tecnologia de ponta torna possível atingir apenas a pedra, preservando as estruturas naturais vizinhas. Trata-se de uma verdadeira inovação, presente em pouquíssimos hospitais 100% SUS e que vem agregar muito no tratamento dos nossos pacientes”, afirma a referência técnica em urologia do HMDCC, Lupércio Faria.

Inovação
O Hospital Célio de Castro passar a ser o único da Rede SUS-BH a oferecer regularmente esse tipo de cirurgia. A previsão é de que sejam realizadas mensalmente 25 cirurgias desse tipo, beneficiando centenas de pacientes ao ano.

“Sempre fiel aos seus valores, o HMDCC inova mais uma vez no cuidado aos seus pacientes. A cirurgia para tratamento de cálculos do rim e do ureter por via endoscópica com o uso do laser é uma técnica moderna e minimamente invasiva que ainda não está disponível em larga escala no SUS. Sabemos que o tratamento cirúrgico dos cálculos das vias urinárias são uma grande demanda no SUS de Belo Horizonte e muito nos orgulhamos de poder ofertar esse procedimento em que o paciente sente menos dor, tem uma melhor recuperação no período pós-operatório e um retorno às suas atividades normais mais rápido do que quando comparado a uma cirurgia aberta”, afirma o diretor executivo do HMDCC, Danilo Borges Matias.

Da esquerda para a direita: Lupércio Faria (RT da urologia), Márcio Ramos (instrumentista), Amanda Castelani (técnica em enfermagem, Júlia Duarte (residente de urologia), Maycon Duarte (residente de urologia) Christian Pereira (residente cirurgia geral)

Indicação
O médico urologista Lupércio Faria explica que, a partir do mapeamento das características e especificidades de cada caso de cálculo no trato genitoturinário e do próprio paciente, o médico começa a traçar o tratamento ideal para cada um. “A busca é sempre por proporcionar mais conforto e minimizar os desconfortos tanto da doença quanto do procedimento”.

Como a ureterorrenolitotripsia flexível a laser é minimamente invasiva, é uma ótima opção para os pacientes. “Além de reduzir o tempo de internação hospitalar, detém alta taxa de sucesso. Por isso, é uma opção muito considerada para uma recuperação rápida e um tratamento efetivo dos cálculos. Alguns casos são preferencialmente abordados por esse método, como por exemplo, rins com defeito de rotação, pacientes obesos e pacientes em uso de anticoagulação”, detalha Lupércio.

Primeiro paciente
M. P.*, 50 anos, foi o primeiro paciente do HMDCC a se beneficiar com o uso da técnica. Com relatos de muita dor e diagnóstico de litíase (cálculo renal), recebeu a indicação da cirurgia a laser. “A família inteira está aliviada. Ele gritava de dor e é muito difícil ver o sofrimento de quem a gente ama e não poder fazer nada”, relata J. S., esposa do paciente.

A expectativa agora é de, finalmente, voltar para casa, já que M. passou Natal, ano novo e carnaval em hospitais durante as crises de dor. “Três pedras ele mesmo expeliu, só faltava esta, que era muito grande”, conta Janaína.

M. é pai de dois filhos, de 28 e 21 anos, e convive com uma doença neurológica, a ataxia, que dificulta a comunicação oral. Mesmo assim, conseguiu se expressar após o procedimento cirúrigo: “tô bem demais!”.

O Dia Mundial do Rim é celebrado toda segunda quinta-feira do mês de março. Em 2023, ocorreu em 9 de março, data da cirurgia de M.P..

*M.P. solicitou que não fosse divulgada a sua identidade.