Roney Martins (técnico de enfermagem), José Roberto (técnico de enfermagem), Marlon Matson (cirurgião vascular), Maria Fernanda Silveira Scarcella (enfermeira), Cláudio Roberto (técnico de laboratório), Alessander Victor (Analista de Tecnologia e Informação), André Frois (anestesista) e Francisco de Paula Alves de Souza (cirurgião vascular) | (Foto: Olavo Maneira)

Exames estão sendo oferecidos a pacientes internados no Hospital e para pacientes externos regulados pela Rede de Alta Complexidade do SUS-BH

No dia 12 de junho, o Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro (HMDCC) iniciou a operação do Serviço de Hemodinâmica que realizará os seguintes exames: arteriografia cerebral para investigação de AVC isquêmico e AVC hemorrágico, angiografia vascular, aortografia abdominal e torácica em casos de aneurisma, arteriografia de membros, arteriografia pélvica, dentre outros.

O paciente Lacir Figueiredo Patrício, 57 anos, que deu entrada no Hospital com dor no pé esquerdo e necrose nos dedos, foi quem inaugurou o Serviço. Casado, pais de duas filhas e avô de cinco netos, Lacir veio transferido do Hospital Nossa Senhora das Dores, em Itabira, para BH. “Quando descobri que tinha diabetes, a doença já estava avançada”, relata.

Médico cirurgião vascular do HMDCC, Francisco de Paula Alves de Souza, que conduziu o exame, conta que Lacir foi submetido a uma angiografia da aorta e a uma angiografia do membro inferior esquerdo para fundamentar o planejamento da revascularização. Como o resultado do exame identificou obstrução das artérias com risco de perda do membro, o paciente será submetido à cirurgia prevista para ser realizada nesta sexta-feira (15/06).

Lacir, que trabalha na roça, “batendo foice e batendo machado”, foi diagnosticado com diabetes em 2015. Ele conta que “quando o dia era de trabalho muito pesado, a batata da perna doía muito, chegava a travar”. Segundo descreve, “qualquer machucadinho na perna ia abrindo, abrindo”. Lacir continua seu relato: “mas largar serviço não dava porque iria faltar as coisas em casa. Um dia eu liguei para o meu patrão para avisar que eu teria que falhar uns dias de trabalho porque meu pé estava doendo muito. Quando tirei o sapato e mostrei para ele, fomos direto para o Hospital. Por causa de um bicho de pé que eu tirei, de um dia para o outro, tive que amputar o segundo dedo do pé”, diz.

Apesar do diagnóstico tardio, o Sr. Lacir é só otimismo: “Estou tranquilo com o tratamento e muito satisfeito de estar aqui. Apesar da mordomia, de todo o cuidado que estou recebendo, quero voltar para casa o mais rápido que eu puder. Quando sair daqui, estou preparado para uma vida nova”, planeja.

Novo serviço
O Serviço de Hemodinâmica do Hospital Célio de Castro é composto por uma sala equipada com aparelho de alta tecnologia e operada por equipe composta de médicos, anestesista, enfermeiro, técnico de enfermagem e técnico em radiologia. O equipamento possibilita um diagnóstico de alta precisão e intervenções terapêuticas pouco invasivas. Lacir recebeu anestesia local e fez o exame acordado. “O primeiro procedimento foi um sucesso”, afirma o médico Francisco de Paula Alves de Souza.

Benefícios para dentro e para fora
Diretoria de Apoio Assistencial do HMDCC, Andréia Torres explica que o início de operação do Serviço de Hemodinâmica irá beneficiar o paciente já internado no Hospital, mas também a Rede de Alta Complexidade do SUS em Belo Horizonte. “O Hospital Célio de Castro é referência em AVC e o Serviço de Hemodinâmica trará benefícios para os pacientes das clínicas de neurologia e vascular. No caso da neurologia, a Hemodinâmica traz mais precisão e rapidez para o diagnóstico e melhora a retaguarda para o paciente do AVC. Junto com a tomografia – exame já realizado no HMDCC desde a sua inauguração -, o Hospital, agora com a Hemodinâmica, passa a contemplar todo o protocolo clínico de diagnóstico para o paciente de AVC”, observa.

Já no caso da clínica vascular, em que se enquadra o paciente Lacir Figueiredo Patrício, a Hemodinâmica, além de possibilitar um diagnóstico preciso e a definição do tratamento a partir do resultado do exame, a incorporação da tecnologia no Hospital evita tratamentos invasivos, como, por exemplo, as amputações. “Com a inauguração desse Serviço vamos evitar muitas cirurgias e sequelas preservando a qualidade de vida do paciente”, afirma a diretora do Hospital Célio de Castro.

Para o paciente externo, na área de neurologia, Andréia Torres salienta que existe uma demanda reprimida por exames de arteriografia que o “Hospital passará a oferecer para a Rede de Alta Complexidade do Município”.

A diretora Andréia Torres explica que a implantação do Serviço de Hemodinâmica do Hospital Célio de Castro se dará em duas fases. “Nessa primeira fase vamos implantar a Hemodinâmica diagnóstica e, em alguns meses, teremos a hemodinâmica para tratamentos intervencionistas pouco invasivos, evitando, assim, cirurgias abertas”, afirma.

Estrutura do HMDCC
O Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro conta com 460 leitos (220 leitos de clínica Médica, 100 leitos cirúrgicos, 80 leitos de CTI, 35 leitos de AVC, 10 Leitos de decisão clínica e 15 Leitos de Hospital Dia), 16 salas cirúrgicas e uma moderna e completa estrutura para exames de média e alta complexidade. São eles: angiotomografia, colonoscopia, endoscopia, gastrostomia, CPRE (Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica), Ecocardiografia, Raio-X, Tomografia e, a partir de junho de 2018, o Serviço de Hemodinâmica.

Perfil de atendimento
O Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro é um hospital geral de retaguarda para urgência e emergência clínica, cirúrgica e AVC. É também referência para a Rede SUS-BH e para o Estado no atendimento de alta complexidade nas seguintes especialidades: clínica médica, ortopedia, cirurgia geral, cirurgia vascular, neurocirurgia, neurologia e urologia.

As vagas são gerenciadas pela Central de Internação de BH (CINT-BH). Isso significa que todo paciente que chega ao hospital vem encaminhado pela Central procedentes das UPAs ou de outros hospitais da rede pública após ter passado por avaliação de sua gravidade. Isso garante uma maior eficiência na utilização dos recursos assistenciais disponíveis no HMDCC.

A oferta de exames de imagens para pacientes externos é regulada pela CINT-BH e Central de Marcação de Consultas de Exames da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA-BH).