
Quando se diz obrigado, se diz muitas coisas mais… coisas essas, tão distantes quanto a origem do ser humano, tão próximas quanto o secreto pulsar do coração.
Nesses quase trinta dias de minha passagem pelo Hospital Célio de Castro, vivenciei muitas experiências que me fizeram refletir sobre a vida e o viver. Sobre o quanto efêmera a vida é, e os desafios que nos impõe.
Foram dias longos, noites aflitas, manhãs surpreendentes. A cada nascer ou por de sol, algo de novo se apresentava.
A minha surpresa foi em primeiro lugar, a chegada ao hospital, quando vi sua grandeza e pensei: será mesmo um hospital genuinamente Sus?
Na primeira avaliação três médicos se posicionaram e previamente me avaliaram, dando-me tranquilidade e alento sobre um diagnóstico totalmente desconhecido por mim até então: Divertículo de Zenker. O que é isso, perguntei!
E as respostas foram surgindo em meio a exames e mais exames, dia após dia. A cirurgia era uma certeza absoluta.
O contato com a equipe de enfermagem foi outra grata surpresa: todos, todos, muito bem preparados para tratar do maior problema que um ser humano pode ter, a ausência de saúde. Em cada técnico, em cada enfermeiro, em cada servidor, a todo instante convivi com sorrisos e mensagens de otimismo.
E eu sempre questionando, estou mesmo num hospital genuinamente Sus?



E a realidade se apresentava a todo momento. Um acompanhamento quase que personalizado, padronizado, sem qualquer senão.
Os dias foram passando até que marcaram a cirurgia. Diariamente uma banca de médicos discutia diante de mim as dinâmicas possíveis de operação e avaliavam minha evolução (cheguei aqui com alto grau de desidratação e desnutrição e extremamente fraco e cansado). Tratava-se de um caso grave e delicado, transpareciam uns, mas, mesmo assim, via sempre sinais de otimismo e desejo de me curarem logo.
Eu, “marinheiro de primeira viagem”, pois, era minha primeira internação na vida e minha primeira cirurgia. Um pacote completo para quem sempre pensava que jamais passaria por isso e estava ali, entregue à sorte, às mãos de especialistas diversos, todos, abençoados por Deus.
Me entreguei a eles sabedor de que estava sob os cuidados de quem prometeu cuidar da vida das pessoas. Vida, uma preciosidade tão delicada que, como um cristal raro, tem que ser cuidada por quem, acima de tudo tem em si, amor!
Me senti amado, embalado pelo dom que todos aqui têm de cuidar, proteger e curar os pacientes.
Ironicamente saio daqui com sentimento de saudade, saio eternamente grato, feliz, renovado, uma outra pessoa que aprendeu que a vida é algo mais do que nossos olhos veem.
Saio, certo de que o Sus, levado a sério e administrado por pessoas comprometidas e verdadeiras é o melhor plano de saúde do mundo. Experimentei isso no Metropolitano, que vai viver em minhas lembranças para sempre.
O dia em que a vida me deu uma aula de que pertencemos a Deus e que sempre será feita a vontade Dele, sem que questionemos.
Aprendi também, que Deus escolhe aqueles que, em nome Dele, serão seus colaboradores na terra.
Aprendi com todos que cuidaram de mim aqui no Metropolitano, que anjos existem. São vocês!
Muito obrigado por tudo e por tanto. Levo vocês em meu coração e estarão presentes em minhas orações e nas minhas lembranças.
Deus subscreve sorrindo, tudo que acabei de dizer.
Kleber Santos
Paciente do quarto 807 B.