De colegas de trabalho a amigas. De hobby a um gesto de amor. De um presente para um bebê ao início de um projeto que nasce já rompendo as barreiras de Minas.
O resumo dessa história tem duas protagonistas: a coordenadora da Assessoria de Inovação e Tecnologia do Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro (HMDCC), Neuslene Rivers, e a coordenadora de Orçamento e Custo, Eliane Gonçalves. A primeira, “professora”, a segunda, aluna dedicada e empolgada. Em comum, o prazer por tecer.
A cada volta da linha de crochê no intervalo do almoço no Hospital, uma lição aprendida, uma história trocada, alegria repartida e (por que não?) a tristeza de uma despedida compartilhada.
Da esquerda para a direita: Neuslene Rivers, Eliane Gonçalves e Daiane Souza (Foto: Olavo Maneira)
A amizade entre as duas funcionárias crescia ao mesmo tempo em que o resultado do trabalho encantava a equipe do Hospital. Gestantes foram presenteadas – as médicas Ana Maria e Karina Prado e a analista de sistemas Danielle Santos – e novas trabalhadoras começaram a se interessar pelo aprendizado do crochê. Daiane Moreira, auxiliar administrativo, se juntou recentemente à dupla.
Time maior, sonhos maiores.
Foi depois de Eliane publicar uma foto em seu perfil no Facebook em que divulgava o polvo de crochê que daria de presente para sua irmã, que o sucesso do trabalho desse trio ganhou repercussão para além dos muros do HMDCC.
A coordenadora de Orçamento e Custos foi contatada por uma mulher do Rio de Janeiro que não quer ser identificada. Ela solicitou 30 polvos de crochê para doar para a Maternidade Leila Diniz, na Barra da Tijuca. A ideia é presentear bebês prematuros nascidos lá.
Sucesso no Brasil
Os polvos de crochê viraram um sucesso no Brasil no início de 2017 depois que a história do Projeto Octo, de 2013, idealizado na Dinamarca, viralizou nas timelines do país. O projeto nasceu de um grupo de voluntários que passou a costurar polvos de crochê para doar a bebês prematuros em unidades de tratamento intensivo neonatais.
Na época, o que foi divulgado pela imprensa brasileira, é que os polvos estariam ajudando recém-nascidos da Dinamarca a se sentirem mais calmos e protegidos. A justificativa é que os tentáculos remeteriam ao cordão umbilical, o que daria segurança semelhante ao útero materno.
A repercussão foi tão grande que o Ministério da Saúde (MS) se pronunciou e declarou não haver evidência científica dos benefícios do polvo para os bebês (clique aqui para ler o texto). No entanto, para além da divergência, o MS afirma na nota que a utilização de brinquedos em unidade neonatal é benéfica.
Um nome para o projeto
E é nessa perspectiva que se inicia o projeto, ainda sem nome, de Neuslene, Eliane e Daiane. A meta delas é fazer, cada uma, dois polvos por semana. À medida que os bichinhos forem produzidos, serão doados para maternidades de BH ou de outras cidades, de acordo com os pedidos.
Os trabalhadores e trabalhadoras que quiserem aprender crochê, podem procurá-las. Quem quiser ajudar de outra forma, o trio pede doação de linhas do tipo barroco 4 e em cores claras.
Segurança
Para que o brinquedo seja seguro para recém-nascidos, os polvos precisam ser 100% algodão, assim podem ser levados à máquina de lavar e a recomendação é de que os tentáculos não podem passar de 22 centímetros.
Tem sugestão de nome para o projeto? Deixe seu comentário com a sua ideia.