“É muito carinhoso, a gente fica emocionado”. As palavras são de Luciano da Luz Cirilo, paciente do Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro (HMDCC) ao relatar o que sentiu ao ver o prontuário afetivo sem seu leito de internação.
Para preparar o conteúdo, a equipe fez contato com a esposa de Luciano, Maristela Bonfim de Souza Cirilo, para saber um pouco mais sobre o jeito e gostos do paciente. O resultado dessa conversa é a satisfação de Luciano: “resumiu perfeitamente quem eu sou!”
Psicóloga hospitalar, Márcia Viegas fala da importância de abrir espaço para que a singularidade do paciente ecoe no ambiente hospitalar. “O prontuário afetivo é um importante recurso de intervenção terapêutica pois resgata a subjetividade e instrumentaliza a equipe para a oferta de uma assistência humanizada. É uma técnica que alcança a tríade – paciente, família e equipe – e suas interlocuções. Ele reverbera. É incrível como um simples papel pregado em um leito pode, ao mesmo tempo, nos fazer “ConheSer” o outro e nos fazer ‘ReconheSer” nesse outro, como um convite a uma relação mais empática e compassiva”, salienta.
E a partir desse papel, a relação amorosa ganha mais espaço. “É gratificante quando os familiares pedem para levar o prontuário para a casa. É emocionante ver um técnico de enfermagem colocando em seu celular a música preferida do paciente na hora de um procedimento doloroso ou um médico reavaliando a conduta e o planejamento de cuidados sendo guiado pelos valores do paciente”, exemplifica Márcia Viegas.
Para Maristela, esposa de Luciano, e Ana Luiza Cirilo, filha do paciente, “o prontuário afetivo é uma forma de deixar mais leve a internação”.