Elas são maioria da força de trabalho no Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro (HMDCC) e representam 78% da equipe. Também são maioria nos postos de liderança: 74%. Se a perspectiva for a profissão, seguem em maior número em todas elas: na enfermagem somam 87%, na psicologia são 83%, na fisioterapia são 77% e, para citar mais um exemplo, são 57% da equipe médica.
Serem a maior parte – 1.234 em um total de 1.667 pessoas – em uma instituição que foge à regra é motivo de orgulho. Relatório da organização Women in Global Health mostra que as mulheres lideram o cuidado de 5 bilhões de pessoas ao redor do mundo, representam quase 70% dos trabalhadores da saúde, mas detêm apenas 25% dos cargos de liderança da área.
Por todas essas conquistas, mas também pelas desigualdades que ainda persistem, o Dia Internacional da Mulher é uma data do calendário oficial da instituição e chega à sua sétima edição em 2024.
Com o tema Se importar importa, a campanha deste ano foi um convite para que a equipe de mulheres do hospital refletisse sobre quem são, no universo do mercado de trabalho, e o que desejam enquanto grupo para a vida em sociedade.
Você, nós, todas
A experiência proposta para a ação deste ano consiste em três etapas e aconteceu nos dias 8 e 11 de março, com a participação de centenas de mulheres.
Na primeira fase, intitulada você, cada mulher foi convidada a pensar sobre quem ela é ou como se vê representada no HMDCC. A segunda estação, intitulada nós, a participante podia selecionar uma conquista que ela gostaria de vivenciar na luta por igualdade de direitos. Na última etapa, intitulada todas, um mural coletivo foi construído em tempo real e resultou em um painel que pode ser visitado ao longo deste mês, em que as mulheres estampam a diversidade de quem são e do que pensam para o futuro.
O sucesso da ação foi tão grande que acompanhantes de pacientes quiseram participar. “Eu estou muito feliz com essa ação, com o atendimento que minha mãe está recebendo, com os profissionais, com o hospital”, resumiu Maria da Glória Isabel de Souza, 56 anos, doméstica.
Costureira aposentada, Carmem Heloisa Santos de Melo, 73 anos, também participou. “Acho muito importante promover essas conversas. O meu desejo é o fim da violência doméstica porque é algo que acontece muito, infelizmente”, disse.
Diretora executiva do HMDCC, Cristina Peixoto afirma que a campanha mesclou carinho, resgates históricos e reconhecimento. “Ao ler as mensagens senti um misto de sentimentos: felicidade pelas conquistas, medo com as imposições que ainda persistem, reflexão em relação aos diversos momentos por qual essa luta já passou e expectativa pelo o que ainda está por vir. Naqueles minutos de contemplação, relembrei vários episódios da minha própria vida e jornada e como as coisas que vivemos nos marcam, positiva ou negativamente, mas a persistência e a resiliência impulsionam a seguir em frente para atingir os sonhos. A mulher tem realmente uma força que a leva estar onde ela se propor a estar.”, declara.
Cristina Peixoto reforça que a data tem grande relevância no cenário hospitalar. “Atualmente, a maior parte dos profissionais de saúde são mulheres. Estamos ocupando também mais cargos de liderança. Tenho imenso orgulho de estar hoje na diretoria executiva do HMDCC podendo representar e inspirar mulheres fortes, sonhadoras, inovadoras, criativas, competentes e corajosas.”, concluiu.